quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Venha, alguém, me dizer onde agora ela está.

Eu bem sei o que faz, e sei como o faz.
Faz de tal farsa um capricho só, trata de tornar em uma arte.
De tão rotineiro, o faz parecer um momento único. O que o dinheiro torna sujo, ela faz parecer divino.
Quando ela sai, sobra espaço, sobra o quarto. Não sobra nada.
Essas roupas que por tantos chãos se espalham, parecem intocáveis raridades dentro desse baú.
Tais perfumes atraem tantos transeuntes, transeuntes que se perdem em suas ilusões.
Os sapatos que passam por tantas esquinas em que coitado estarão pisando agora?
Batom que marca tantos colarinhos, que coração estará marcando agora?
Aqui tenho todos os seus truques, todas artimanhas, toda essa grandeza, que sem ela de nada valem.
Sem ela, esse quarto é tão vazio, tão sem brilho, tão pobre, tão chato.
Sem ela, esse quarto é só mais um cômodo empoeirado e triste.
E a minha noite se resume em esperá-la. Para, quando a ver entrar por essa porta, abrir um sorriso e aconchegá-la em meus braços.
E enquanto a tenho aqui, posso ser feliz, podemos ser felizes. Até que o mundo a chame para a realidade.
Uma parte de mim morre sempre que a vejo sair por esta porta.
Mas não me importo com outros romances, pois sei, que sempre voltas pra mim.

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