quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Brinde ao recomeço

O princípio é
você quem faz,
no entanto,  o
final pode chegar
a qualquer instante.

Não existe hora
para começar algo,
num momento pode-se
libertar e pensar.

Certeza derradeira, nem
sempre esperada, és
incerta e traiçoeira.

Não existe fim,
apenas um recomeço.

Então, à vida!

...

sábado, 26 de dezembro de 2009

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O tempo leva ao esquecimento.

Numa tarde ensolarada-chuvosa, um casal de velhos sentados um ao lado do outro, fazia uma de suas tarefas preferidas, relembrar o passado, os tempos de juventude, as "loucuras" da imaturidade, lembrar de um tempo que já foi.
_ Meu bem, você se lembra daquela viagem que nós fizemos para aquela praia, que ficava numa ilha, o Jorginho estava junto até; como é o nome do lugar, mesmo?
_ Ora, claro que lembro, como poderia esquecer?! Nós acampamos, passamos três dias longe de casa. Chamávamos somente de "Prainha", meu bem.
_ É mesmo, Prainha! Ficamos lá três dias, os mosquitos iam acabar com a gente se ficássemos mais um. Foi uma loucura!
_ É mesmo, uma loucura! Mas, sabe? Queria voltar lá qualquer dia, não para acampar é claro, mas queria ver como está lá.
_ Seria bom mesmo!
Enquanto falavam da viagem, seus olhos escuros, duros, desesperançados, que só o velhos têm, recuperavam um pouco da juventude de outrora.
_ Meu amor, lembra-se do dia que o nosso curumim nos informou que iria ser pai?
_ Ô se lembro! Você não acreditou! Pensou que era brincadeira!
_ Lógico! Aquele menino era levado demais! Vivia sempre mentindo pra gente!
_ Você quase bateu nele para que falasse a verdade!
_ É verdade! Eu lembro! Foi muito engraçado!
Enquanto lembravam do "curumim" deles, esboçavam aquele sorriso vazio que os velhos costumam ter, mas, ao mesmo tempo, era o sorriso de um bebê que ainda os dentes não cresceram, que está descobrindo o mundo agora.
_ Meu amor, você lembra do dia em que o Miltinho veio a nos deixar?
_ Como poderia esquecer! Foi um dia muito difícil! Gostava muito dele!
_ Eu também! Ele que nos apresentou! Era muito especial!
Enquanto recordavam, a solidão que só os velhos sabem sentir pairou sobre os dois, então os olhos e o sorriso que os velhos haviam adquiridos sumiram, e voltaram a ser velhos novamente.
_ Meu amor, acho que desde que te conheci, lembro de todo segundo da minha vida.
_ Eu também, meu amor, cada momento ao teu lado é inesquecível!
Silêncio.
_ Meu bem, se eu te disser uma coisa, você não fica magoado?
_ Nunca, amor.
Uma hesitação antes de falar, e uma melancolia na voz.
_ Não consigo lembrar de mais nada.
E com uma tranquilidade na voz, o velho diz:
_ Tudo bem, meu bem, veja o meu caso, também acabo de esquecer tudo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Venha, alguém, me dizer onde agora ela está.

Eu bem sei o que faz, e sei como o faz.
Faz de tal farsa um capricho só, trata de tornar em uma arte.
De tão rotineiro, o faz parecer um momento único. O que o dinheiro torna sujo, ela faz parecer divino.
Quando ela sai, sobra espaço, sobra o quarto. Não sobra nada.
Essas roupas que por tantos chãos se espalham, parecem intocáveis raridades dentro desse baú.
Tais perfumes atraem tantos transeuntes, transeuntes que se perdem em suas ilusões.
Os sapatos que passam por tantas esquinas em que coitado estarão pisando agora?
Batom que marca tantos colarinhos, que coração estará marcando agora?
Aqui tenho todos os seus truques, todas artimanhas, toda essa grandeza, que sem ela de nada valem.
Sem ela, esse quarto é tão vazio, tão sem brilho, tão pobre, tão chato.
Sem ela, esse quarto é só mais um cômodo empoeirado e triste.
E a minha noite se resume em esperá-la. Para, quando a ver entrar por essa porta, abrir um sorriso e aconchegá-la em meus braços.
E enquanto a tenho aqui, posso ser feliz, podemos ser felizes. Até que o mundo a chame para a realidade.
Uma parte de mim morre sempre que a vejo sair por esta porta.
Mas não me importo com outros romances, pois sei, que sempre voltas pra mim.

Sintaxe do momento

Gozar e aproveitar,
Se decepcionar,
Criar, forçar, superar,
Poder, enfim, recomeçar.

           

domingo, 13 de dezembro de 2009

Somente por ti

Sentia que você,
não sei ao certo porque,
estava sempre distante. 

Distante de mim,
até mesmo de si.
Isolada da vida,
inteiramente desvairida.

Avançava em meio aos  ares,
sobrevoava dentre os mares,
submersa sobre as terras.

E por tudo que hoje acontece,
noto que não a faço mais feliz.
Sugiro que troque de parceria,
vá, enfim, viver tua vida.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tic-tac

Tudo que se perdeu
No tempo em que corri,
No tempo que correu.
Tudo que foi e ninguém notou,
Tudo que é e ninguém vê,
Tudo que pode ser.
Pode ser tudo
Enquanto há tempo.
Há tanto e tão pouco tempo,
E se ele passar e ninguém ver?
Enquanto a gente espera,
o tempo corre.
A gente corre
e ele não espera.
Quando perceber que ele se foi
Só caberá chorar.
E ainda assim, o tempo continuará correndo.
Tic-tac.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Nós e o Vento

Hoje somos nós e o vento
Que coisa bonita de se ver
Hoje somos o vento
Que bom é ver tanta gente
Hoje somos pai, mãe e o vento
Que gostoso de se ver
Hoje tem tanta gente pra se ver
Que o vento soprou todo mundo
Mas ficou junto outra vez
Que bom.

Rosani Passos Lacerda

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Primeiro porre




Primeiro porre sempre, ou quase sempre, é proposital. A gente chega a uma fase da vida, geralmente na juventude, que está com tantos problemas e não aguenta, precisa extravasar, mesmo sabendo que isso não resolverá nada. A maioria deles são motivados por brigas, pode ser na família, com a namorada, ou até mesmo com um amigo.
O primeiro porre, pode ser solitário ou compartilhado entre uma roda de amigos. O porre solitário porém, é muito mais grave que o da roda de amigos, você precisa estar com um problema realmente sério, e ainda mais, precisa estar completamente desesperançado, não ver na figura de ninguém um rosto amigo que possa buscar consolo, por isto, deve-se ser respeitado. Já o porre compartilhado na roda de amigos, é pura decadência, seu problema costuma ser um incômodo, um estorvo - quase sempre psicológico - do qual você não consegue se livrar. Você está sentado, silencioso, seus amigos que já bebem, estão todos alegres, se divertindo, e então vendo essa cena, você pensa: "Quer saber? Cansei", e pega a primeira bebida da noite.
Depois de iniciada a sessão bebedeira, pode ocorrer dois fenômenos, o primeiro é você ficar mais para baixo do que estava antes - mais comum em porres solitários. O segundo fenômeno começa a partir de uma alegria, um tanto efêmera, e após, faz você colocar todas suas emoções para fora, você querendo ou não. Resumindo, depois de um porre você sempre acaba chorando ou choramingando.
O duro é se o indivíduo for muito fraco para bebida - seria melhor então que este nem bebesse. O tal individuo fraco para bebida, que está determinado a tomar um porre, insiste em beber. Ao final, ele sempre acaba criando problemas a terceiros, seja a um garçom ou a um amigo.
No caso do porre entre amigos, também é interessante citar, o estranhamento causado nos seus colegas, afinal, você nunca foi disso. Eles acham que você enlouqueceu, mas depois, fazer o quê? Acabam incentivando-o.
Quando a "reunião" entre amigos esta acabando, ou quando o bar já está fechando, e você tem que ir embora, é preciso contar com a solidariedade dos outros, ou para uma carona, ou para te colocar em um táxi, já que você não está em condições de fazer nada sozinho.
No caminho de casa, você magicamente, vai recuperando a consciência, e pensando numa desculpa. Quando para em frente de casa, força sua coordenação motora ao máximo, para ao menos poder andar direito. Abre a porta, evita olhar para o rosto das pessoas, se dirige direto para o quarto. Troca de roupa, coloca seu pijama, escova os dentes. Volta para sala e comunica que vai dormir pois esta muito cansado. Procura sua cama, praticamente a tato, e dorme até o dia seguinte, que certamente contará com uma ressaca horrível.

sábado, 21 de novembro de 2009

Pensou, pensou.

Separou a melhor roupa.
Tomou uma ducha, se perfumou, se vestiu.
Pegou as chaves,
E saiu.
Passou no Seu Jair e comprou uma rosa,
Voltou pra casa.
Trocou de roupa.
Lembrou-se de uns papéis,
Dentre eles tirou uma folha.
Então,
Dessa vez saiu de casa levando a rosa e segurando um bilhete.
Voltou.
Preferiu fazer um lanche primeiro.
Escovou os dentes, se perfumou um pouco mais, passou mais uma vez de frente ao espelho,
Então saiu.
Entrou, lembrou da rosa que fora esquecida.
Saiu.
Dobrou a esquina devagar, com a rosa e o bilhete em mãos.
Parou
Em frente a um portão.
Olhou para cima, para os lados.
Mais uma vez para cima. Assim ficou por alguns segundos.
Então,
Deixou a rosa em frente ao portão,
O bilhete na lixeira.
E foi beber.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pensamento Irracional

O mundo seria tão mais simples se fossemos todos seres irracionais. O pensamento, apesar de tudo, acaba de certa só complicando o "nosso" mundo. Quem me dera poder seguir os meus próprios instintos o tempo todo, como um pobre animalzinho. Não pensar em nada, para nada, apenas viver.

Pensando bem, o mundo sem o pensamento seria muito vago - e como seria. Não iriamos fazer, nem ser nada - entramos agora numa das questões mais antigas humanidade, seus atos que dizem o que você é? ou, o que você é, correspondem aos seus atos? talvez ambas as coisas, mas nos focaremos no pensamento propriamente dito. A partir do pensamento criamos dúvidas, e a partir destas dúvidas poderemos obter respostas.

Por outro lado, respostas não servem para nada - queria poder crer no que afirmei agora. Mas enfim, toda resposta inevitávelmente acaba servindo para criarmos mais dúvidas. Como nem toda dúvida tem resposta, então acabamos desistindo de procurá-la, ou simplesmente não conseguimos encontrá-la, deixando esta lacuna na humanidade. Esse ciclo de pergunta e resposta  não acaba, tornando-se completamente sem resposta, ou seja, o próprio ciclo nos transforma em seres "irracionais".

domingo, 8 de novembro de 2009

E então, se decidiu?
Ainda não tenho certeza;
Medo de quê?
Não sei, talvez de ser um caminho sem volta. De perder o que tenho hoje. O amanhã é duvidoso.
Pois então viva hoje. Venha, deixe o amanhã pra mais tarde.
Não é simples assim.
Por quê?
Não sei.
Ora, você só pensa no 'amanhã', amanhã, amanhã... Mas não percebe que o amanhã nunca chega.
E o que quer que eu faça?
Viva o 'hoje' todos os dias.
Não é fácil.
Basta você querer.
Ok.
Então vamos.
Pra onde?
Pro mundo.
Que mundo?
O nosso.
Ele existe?
Criaremos.
Ok. E do que vamos viver?
De amor.
Onde vamos morar?
Nos sonhos.
O que vamos vestir?
Ideais.
Com o que vamos nos alimentar?
Esperança.
E onde isso vai parar?
Eu não sei. Amanhã a gente se preocupa com isso.

sábado, 7 de novembro de 2009

Variáveis

Variante
Variável
Variado.

                Diversificado
                Diversificável
                Diversificante.

                                        Modificante 
                                        Modificável 
                                        Modificado.

                 Alterado
                 Alterável
                 Alterante.

Mutante
Mutável
Mutado.

                Transitado
                Transitável
                Transitante.

                                      Renovante
                                      Renovável
                                      Renovado.

                 Engendrado
                 Engendrável
                 Engendrante.

Cultivante
Cultivável
Cultivado.

                  Derrotado
                  Derrotável
                  Derrotante.

                                       Circulante
                                       Circulável
                                       Circulado.

                   Estagnado
                   Estagnável
                   Estagnante.

"Humano, 
demasiado
Humano"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O amanhã, cadê?

Por entre becos, ruas, e avenidas
Passo lhe procurando de tais formas
Que as estradas se tornam mais compridas.
E são ao mesmo tempo tão vazias.

O corpo pede, e a alma necessita.
Os meus sorrisos não são os mesmos
Do tempo que malícia tal não tinha.
Pois hoje, esse desejo me limita.

Percebi que até então nada tive.
Depois de ter um mundo conhecido
Sinto que em meu penar falta um sentido.

Desde então não há mais o que eu faça
Não podendo sentir-lhe, não a tendo,
Não sei de que me serve tal carcaça.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cajuína



"Existirmos - a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina"


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Chico x Caetano

Sempre gostei muito de escutar Chico Buarque e Caetano Veloso, os dois são geniais, os dois compositores, ainda vivos, mais brilhantes que existe. Os outros podem ser bons, mas os dois estão acima, noutro nível. Porém, quando perguntam quem eu mais admiro, não sei dizer. São incomparáveis.

Certo dia, no meu ofício de jornalista tive a Honra e o Prazer de encontrar os dois juntos e não perdi a oportunidade. Perguntei primeiro ao Caetano.

EU: Caetano, quem você considera mais genial, você ou o Chico?

Ele me responde com aquele jeito baiano que só Caetano têm.

CAETANO: Pow, eu não me considero um gênio, longe disso... Não tem nem comparação... Chico é uma coisa inexplicável, sem dúvida é um gênio.

Repito a pergunta ao Chico.

EU: Chico, quem você considera mais genial, você ou Caetano?

Ele fica meio sem jeito com a pergunta, pensa um pouco para responder.

CHICO: Bom, primeiramente, eu não me considero genial, me considero feliz no que eu faço. Agora, Caetano... Caetano é um gênio, um filósofo, idealista, que de tempos em tempos se renova, ele é realmente genial.

Agradeço aos dois e parto. De nada adiantou estas perguntas, fico na mesma situação. Só que agora acho Chico genial porque Caetano o considera um gênio, e acredito que Caetano é um gênio, porque Chico o considera genial.

sábado, 10 de outubro de 2009

Um mês de mesa de jantar

"Sei daquela mesa de jantar"

Palavras perdidas num canto qualquer, uma vaga idéia, apenas entusiasmo. A necessidade de nos expressarmos é forte. Amadores, amantes da palavra. Palavra que se transformou em nosso dia-a-dia, dia-a-dia que se transformou em nossa palavra. Idéias platônicas. Atitudes, a ausência delas. Amores, amores, amores. Solidão. Mas, o que mais prevalece é a aprendizagem. Aprender a caminhar junto com o tempo, às vezes acelerar um pouco, outras ir mais devagar.


Um mês de longas, e boas, conversas na mesa de jantar.

Imortalizado por histórias

Caminhava a favor do vento, seus cabelos meio ondulados não se aquietavam em sua cabeça. Não sei para onde se dirigia, só sei que partia, que se distanciava cada vez mais. Mas os olhos que a perseguiam não se deixavam enganar, somente quando uma barreira de concreto impediu sua visão, desviou o olhar.
Parecia hipnotizado sempre que surgia, mesmo que quisesse não conseguia parar de olhar. Olhava não se sabe o quê. Seu rosto? Seu corpo? Sua roupa? Ou, sua fisionomia por completo? Poderia estar olhando, de uma forma ou de outra, até mesmo seu interior, seus pensamentos. Não se sabe muito bem o que este olhava, só se sabe que reparava e gravava em sua mente todos os detalhes a que diz ao seu respeito. Olha-la era seu deleite, e só isso bastava para ele.
Gostava do seu jeito de mulher, mas enxergava dentro dela uma menininha ingênua e sincera. Era a união do presente com o passado. União entre a meninice e a responsabilidade diante do mundo. Isso encantava-o, só por vê-la abria um sorriso. Tudo nela o agradava, achava-a a perfeição, se é que esta pode ser alcançada, em pessoa.
Vez em quando, trocavam uma ou duas palavras, após esse breve "encontro" era impossível que algo o abalasse. Quando sem querer seus olhares se cruzavam e não havia como disfarçar, lançava um sorriso, dava um oi, mas depois, ficava vermelho de tanta vergonha .
Sabia que chegaria o dia em que não se encontrariam mais, e este o preocupava cada vez mais, um "amor" puro e sincero como esse não poderia morrer assim. Depois de muito pensar, chegou a conclusão que nunca se separariam, que o "destino" encarregaria-se de mantê-los juntos. Seja por lembranças, imortalizados por histórias ou até mesmo se reencontrariam numa outra ocasião.

Adeus eu vou

Hoje estou indo pra não voltar.
Agora o tempo vai me levar
Adeus.
Estou pronto para a longa estrada,
Este sofrer tem vida encerrada.

Quero vê-la feliz, minha flor.
Saiba que vou, mas deixo o amor.
Sorria.
Te sustenta, e te fortalece,
Te ajeita, então recomece.

Quero vê-la maior, minha princesa.
Deixar-te aqui és minha maior tristeza.
Sonhe.
Ao correr do tempo você vai ver,
Que de amor e beleza é feito o viver.

...

O corpo caído,
De rosto sofrido.
Seco.
Então vem o frio,
E um lento arrepio.

Um sorriso,
De dar dó.
Adeus,
Então só,
Eu vou.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."

William Shakespeare

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Continuemos...

"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente..."


Será que trechos de músicas bastam? Não.

Oh Capitain, My Capitain!

Poucas ocasiões deixam-me realmente sem palavras, o dia todo elas me escapuliram!

Quero dizer tudo, mais esse tudo não vai dizer nada.

"Que comecem as estações - elas rolam como devem"

sábado, 3 de outubro de 2009

É bom saber

É bom saber,
Os olhos com que sempre sonhei,
Não eram os olhos teus.
Os lábios que em sonhos beijei,
Não eram os lábios seus.

Se em algum momento eu te decepcionei,
Fique certa de que não foi minha intenção.
Se por acaso uma confusão formei,
Foi por culpa deste insano coração.

Perdoe-me, pois me enganei,
Quando jurei meu amor ser teu.
Saiba, não era você,
A dona dos sonhos meus.

Crônica de Uma Morte Anunciada

“Nunca houve uma morte mais anunciada.

(…)

Além disso, os cães, excitados pelo cheiro da morte, aumentavam a agitação. Não tinham parado de uivar desde que eu entrei na casa, quando Santiago Nascar ainda agonizava na cozinha, e fui dar com Divina Flor chorando em alta grita, e mantendo-os em respeito com uma tranca.

(…)

Despontava uma terça-feira turva. Não tive coragem para dormir sozinho ao fim desta jornada opressiva, e empurrei a porta da casa de Maria Alejandrina Cervates a ver se não tinha corrido o ferrolho. As cabaças de luz estavam acesas nas árvores, e no pátio de baile havia vários fogões a lenha com enormes panelas fumegantes, onde as mulatas tingiam de luto as suas roupas das festas. Fui dar com Maria Alejandrina Cervantes acordada como sempre ao amanhecer, e completamente nua como sempre que não havia estranhos em casa. Estava sentada à turca sobre a cama de rainha diante de um pratalhão de comida: costeletas de vitela, uma galinha cozida, lombo de porco, e uma guarnição de banana e legumes que teriam dado para cinco pessoas. Comer sem medida foi sempre o seu único modo de chorar, e eu nunca a tinha visto fazê-lo com tanta mágoa. Deitei-me a seu lado, quase sem falar, e chorando também a meu modo. Pensava na crueldade do destinho de Santiago Nascar, que lhe tinha feito pagar vinte anos de felicidade não apenas com a morte, mas também com o retalhar do corpo, e com a sua dispersão e extermínio. Sonheo que uma mulher entrava no quarto com uma menina nos braços, e que esta mastigava sem respirar e os grãos de milho meio mastigados caíam no seu soutien. A mulher disse-me: ”Ela mastiga à maluca, sem ligar, sem desligar”. De repente senti os dedos ansiosos que me desapertavam os botões da camisa, e senti o cheiro perigoso do anomal de amor deitado atrás de mim, e senti que me afundava nas delícias das areias movediças da sua ternura. Mas parou de chofre, tossiu de muito longe e safou-se da minha vida.

(…)

E não era só eu. Tudo continuou a cheirar naquele dia a Santiago Nasar.

(…) “

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Complicado.

Se tudo é tão certo,
Por que teima em duvidar?
Se tudo é correto,
Por que insiste em errar?

Você quer eu, sei.
Eu quero você, sabe.
Você quer, eu sei.
Eu quero, você sabe.

Não que eu queira vulgarizar.
Ou menosprezar tal sentimento,
Mas essa saudade não suporto,
Essa vontade não aguento.

Chega de incertezas,
Ao amor nos entregamos
Não que seja simples,
Mas sempre complicamos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ao Próximo

Ao próximo quero oferecer conforto e carinho
Conforto para esta vida que é tão difícil
Carinho por um pouco de egoísmo
Pois espero poder receber um pouco deste

Ao próximo espero saber amar
Pois sem amor, nada na vida faz sentido
E que eu tenha força para saber fazê-lo
Só os nobres o conseguem

Ao próximo peço o perdão
Perdão pelas minhas atitudes inconsequentes
E de certo modo até mesmo infantis
Sem o perdão não existe redenção

Ao próximo ofereço compreensão
Não podemos tentar entender tudo ao nosso redor
Ao próximo espero ensinar
Ninguém é tão pobre que não tenha algo a oferecer

Ao próximo quero sorrir
A vida não pode ser tão dura a alguém
Para que este não conheça
A beleza que é um sorriso

Ao próximo pretendo abraçar
Pois todos merecem o calor do corpo amigo
Ao próximo dou-lhe minha sinceridade
Pois todos precisam de verdade

Ao próximo procuro a beleza
Todos nós somos feito de luz e treva
Ao próximo ofereço a justiça
Nunca se sabe o dia da caça e do caçador

Ao próximo confio-lhe a lealdade
Pois ninguém merece a dor de uma traição
Ao próximo ofereço prazer
Para me deleitar no seu doce entreter

Ao próximo abro o olhar
Para que este possa julgar
Ao próximo ofereço histórias
Para tentar amenizar o seu penar.

Venha morena, venha comigo.

Chega de chorar,
Ouça bem o que digo,
As coisas vão melhorar,
Arriscar é preciso,
Esqueça-se de tudo
E venha comigo.

Estou indo amor,
Ao encontro do paraíso,
Onde o chão é terra batida,
E a moeda é o sorriso.
Vou-me embora querida,
E quero que você venha comigo.

Agora está tudo certo,
Vem para nós uma nova era,
Segure minha mão
Que a felicidade nos espera.

Veja bem minha amada,
Acredite quando eu digo,
Estou pegando a estrada,
E quero que você venha comigo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dez e Dez com Cinco

As palavras são inúteis
Quando aplicadas para dizer
O que é, como é, o que sentimos,
Por alguém especial
Pois elas não explicam
O que é inexplicável
Por melhor que o poeta seja
Ninguém consegue expressar
Fielmente os sentimentos
Que realmente sentimos

Cada sentimento
O amor, a dor,
A satisfação, a depressão,
É único para cada ser
O que podemos fazer
É escrever poesias como estas,
Com estas miseras palavras,
E se empenhar numa tentativa vã
De transmitir nossas emoções

Porém, todas as poesias,
Todas as gravuras, todas as melodias
Tentam dizer,
De alguma forma existente,
Eu te amo.

Dia-a-dia do Apaixonado

Fecho os olhos
Tua imagem
Límpida e nítida
Invade minha mente

Nos meus sonhos
Tu és o paraíso
Teu sorriso largo
Deixa-me abobalhado

Durante o dia
Perturba meus pensamentos
Fico confuso
E atrapalhado

No telefone
Escuto tua voz
Dizer que me ama
Tuas palavras me deixam extasiado

No jantar
Já na tua presença
Sinto-me confortado
E com tal beleza, admirado

No momento da despedida
A pior hora
Um sacrifício para mim
Ver-te ir embora

Na hora de dormir
Relembro de cada palavra, gesto, olhar
A uma conclusão eu chego
Que a cada dia lhe amo mais

Fecho os olhos (...)

sábado, 19 de setembro de 2009

Doces deletérios.

Vi você, linda em sua perfeição. Só queria estar ao seu lado, sua companhia me bastava para sorrir. Esqueci de tudo, meu mundo era você. Tanto, te sufoquei. Sufoquei com minha insistência, insistência em melhorar a perfeição.
Logo percebi, o amor é botão de flor, não posso forçar o seu desabrochar. E eu não podia forçar um sonho acontecer.
Me afastei, você não viu.
Me acostumei, e você percebeu.
Me mostrei, não via mais sentido em tentar lhe agradar.
Então, te vi.
Busquei novos ares. Criei asas, e me libertei de ti.
Lhe fiz falta.
A mim, restaram só lembranças.
Você queria algo novo. Eu não.
A solidão não me parecia tão ruim, não mais.

Os dias que eu me vejo só,
são dias que me encontro mais.
E mesmo assim, eu sei também,
existe alguém pra me libertar ♪

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Charlie Brown.


- O que é amor pra você, 'Char' ?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor. (:

O Palhaço do Circo Sem Futuro



"Tudo começou quando o filho morria de vergonha porque o pai era palhaço de um circo sem futuro. E ele cresceu sem dizer onde é que o pai trabalhava pros amigos, muito envergonhado, cresceu com a vida muito amargurada, se formou em outra coisa. E um certo dia recebe a noticia que o pai tá no leito de morte, ele corre lá, entra no quarto, tira a gravata, tira o paletó, se ajoelha e diz:

- Pai, me ensina a ser palhaço...

- Pai, me ensina a ser palhaço...

- Pai, me ensina a ser palhaço!

- ISSO NÂO SE ENSINA, SEU BOSTA!"

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A felicidade é como a pluma


Você que inventou a tristeza
ora, tenha a fineza
de desinventar.”

Acordou com sono, sem vontade de acordar, se pudesse permaneceria na cama até o meio-dia, mas iria enfrentar um dia difícil, cheio de compromissos. Era uma quarta-feira e já não via a hora que o fim de semana chegasse. Saiu da cama na pontinha dos pés para não acordar sua parceira, ela não gostava que a acordassem e por isso nem a luz podia acender. No meio da escuridão foi até o banheiro, se olhou no espelho, deu um sorriso de satisfação, não precisaria fazer a barba hoje, isso aguentaria mais um dia. Tomou um banho rápido, trocou-se, mas assim mesmo estava atrasado, não daria nem para tomar o café preto que tanto gostava.
Saiu apressado, com a cara fechada, muito mal-humorado. Pegou um ônibus lotado, parecia que o motorista demorava só para irrita-lo, tinha impressão de que fosse andando chegaria mais rápido.
Entrou na sala atrasado, mas ainda a tempo de assistir a primeira aula. Não cumprimentou ninguém, não distribuiu nenhum sorriso, foi direto para seu lugar. Não estava com vontade de assistir aula, o professor falava, só que ele não conseguia, involuntariamente ou voluntariamente, prestar atenção, só enxergava os movimentos de sua boca. Estava agoniado, sentia um aperto no peito, não aguentou e chorou. Um choro silencioso, amargo, sincero. Ninguém reparou na sua angustia. Depois de enxugar suas lágrimas, parecia que havia se livrado de algo, uma vontade de recomeçar.
Num intervalo entre uma aula e outra aula, foi dar uma volta pelo prédio da escola, nos corredores vários colegas o vieram cumprimentar, isso fez com que se sentisse melhor, bebeu água e continuou sua caminhada. Quantas pessoas o conheciam! Quantas pessoas o admiravam! Não havia motivos para choro, para angústias, não valia a pena, e ele percebeu isso.
Voltou para sala irradiante, dava para se notar que algo tinha mudado; que tinha acontecido alguma coisa, todos o perguntavam o que foi, parte porque tinham inveja da felicidade do moço, parte porque era sua amiga e também fora contagiada com a alegria dele.
Levou consigo essa felicidade o dia inteiro, procurava sempre o lado bom das coisas, até mesmo das coisas desagradáveis. Quando chegou em casa, já a noite, sua parceira nota sua felicidade e eles aproveitam ela juntos. Só que no dia seguinte ele já não lembrava mais da lição aprendida no dia anterior, teria que aprender tudo novamente.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim.”

Covarde.

Eu, ali, parado de frente a ela, admirando seu lindo rosto e suas mãos delicadas. Paro pra pensar se admirável beleza está indo para o mesmo lugar que eu. Começo a pensar como deve ser sua vida, com que tipo de pessoas anda, que bandas escuta, os livros que lê, os filmes... Quando, uma voz corta meus pensamentos, como se estivesse me voltando os sentidos, pergunto:
- Oi?
Era ela, meu coração bate forte e minha face fica avermelhada...
- Quer que eu segure sua bolsa?
- Não precisa, muito obrigado.
E dou um sorriso sem graça, que disfarça minha timidez.
Foi quase como um instinto a minha resposta, tive vontade de voltar atrás e dizer "pensando bem, segure minha bolsa, por favor. Muito obrigado"
Me vejo ali, de pé, ao seu lado, me achando um nada. "era só lhe dar a bolsa".
Começo a rir de mim, da minha timidez e da cena.
Vejo um lugar no fundo. A olho mais uma vez, agora está passando a mão sobre os cabelos. E vou me sentar.
Passo a viagem toda pensando as diversas maneiras de como poderia ter respondido, como poderia ter puxado um assunto. A olho lá do fundo, reparo que tem o mesmo All Star branco, o dela limpo, realmente branco, como se tivessem o lavado recentemente. O meu, apesar de novo, sujo, nem se percebe sua cor original.
Chego ao ponto onde me levanto, ela continua lá.
Lá de fora, a procuro. Em vão, ela se vai.
No restante do caminho, fico pensando como vai ser a próxima vez que a encontrar, se vou ter a chance de falar com ela, se haverá uma próxima vez.
Embora esteja arrependido de não ter puxado um assunto, abro um sorriso. E penso: "eu sou fods". (:

Preocupação

Você não chega
Desmentindo a mentira que chegaria
Pela última conversa que tivemos
Uma pontinha de preocupação surgirá

Mas uma mensagem
Vinda como que do além
Dispersou quase todas minhas suspeitas
Mas agora, esta voltou

E só se dissipará novamente
Quando a ver, e notar como estás
A palavra agora, para nada servirá
"Só acreditarei no que meus olhos verem."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Desgosto

Fui roubado,
Meus pensamentos.
Meus ideais,
Foram afanados.

Minha alma,
Meu corpo,
Foram possuídos;
Corrompidos.

Minha mente,
Foi destruída.
Meu coração,
Está partido.

A paz,
Não existe mais.
A compaixão,
Foi martirizada.

A luz,
Se extinguiu.
A felicidade,
Emigrou.

O céu,
O mar,
A terra,
Definharam.

A escrita,
A fala,
O tempo,
Foram esquecidos.

A vida,
O universo
E o amor
Acabou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Interprete-o

A Volta




Chego ao ponto de ônibus ainda na esperança de te encontrar, mas acabo me decepcionando. Enquanto espero, olho para todos os lados, te procurando ou me certificando que você não apareceria, estava impaciente, quase voltando a pé. O ônibus chegou e você não apareceu, deve ter pego o de antes, enrolo para entrar, a esperança é a última que morre, porém, a minha já morreu. Você não chegaria, e mesmo que chegasse, o que iria adiantar?
O ônibus está quase vazio. Ótimo, posso escolher um bom lugar. Passo pela catraca e me dirijo para o assento individual, na janela. Olho para fora para ver se te encontro, mas nada.
Já faz algum tempo que parti, observo todas as pessoas, de dentro e de fora do ônibus, os carros que passam apressados. Quando começa a tocar O Vento, do Los Hermanos, no fone de ouvido, uma lágrima escorre pelo meu rosto, não sei ao certo o motivo, de desespero ou de sono, provavelmente de sono. Vejo numa das paradas a despedida com um beijo doce de um jovem casal, ela sobe no ônibus, não consigo olhá-la sem deixar de conter minhas lágrimas, me lembro de você, do Tudo, do Nada.
Está chegando o ponto onde você desce, fico olhando a sua casa, pensando se você já chegou, uma vontade súbita de sair do ônibus e correr até sua casa, mas consigo me conter. No pouco tempo que permaneço no ônibus, meus pensamentos vagueiam e por isso quase perco o ponto de descer.

Apelo

Cativa-me,
Ou deixa-se cativar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Across the universe.



60's, a melhor das décadas. The Beatles, a melhor das bandas.


Amou daquela vez como se fosse máquina,
beijou sua mulher como se fosse lógico ♪

sábado, 12 de setembro de 2009

O Infinito

...
Não gostaria de encontrá-lo
Gostaria de buscar seu fim.
Sentar-se a mesa para jantar após um dia cansativo é um remédio para a alma. Ao contrario de muitas pessoas não janto vendo televisão, não tenho nada contra televisão, mas gosto de escutar o silencio enquanto como. Eu, meu prato e o silêncio.
Demoro para mastigar. Entre uma garfada e outra um pensamento invade minha mente. A comida estava fria quando termino a refeição, permaneço a mesa, olhando fixo para algum ponto, que não me lembro agora qual é. Pareço hipnotizado pelo tal ponto.
Finalmente me levanto, caminho até a pia e lavo meu prato, gosto de fazer bastante espuma quando lavo a louça, sempre pensativo.
Já está tarde para um homem que acorda cedo, vou até o quarto e troco minha roupa pelo pijama bem leve. Escovo meus dentes e deparo com minha imagem no espelho, olho no fundo dos meus olhos, me encaro. Como se meu corpo despertasse de um transe, desvio o olhar e vou em direção a cama. Deito-me, pego o óculos e o livro que estão no criado mudo. Começo a ler o livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.
Já cansado, marco a página do livro, tiro o óculos. Não querendo pensar na reflexão que o livro traz, mudo o rumo dos meus pensamentos. Continuo a pensar só que agora de olhos fechados. Não sei em que momento precisamente adormeço, só que ao invés de parar de pensar, continuo pensando no que nunca paro de pensar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mesa de Jantar

Informais,
discussões.
Risos e sorrisos,
lágrimas e lastimas.
Dia-a-dia,
a grama que cresce no jardim.
Dogmas,
diversas,
opiniões,
sexo,
raça,
idade.
Todos iguais,
em círculo,
ao redor dos pratos ainda sujos.
Temos todo tempo.
Não temos pressa.
O tempo é interminável.
então,
puxe uma cadeira e sente-se a vontade.


"Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver,
e tira
o som dessa TV
pra gente conversar.
Diz pro Bamba usar o violão,
pede pro Tico me esperar,
e avisa que eu só vou chegar
no último
vagão ♪"