quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Complicado.

Se tudo é tão certo,
Por que teima em duvidar?
Se tudo é correto,
Por que insiste em errar?

Você quer eu, sei.
Eu quero você, sabe.
Você quer, eu sei.
Eu quero, você sabe.

Não que eu queira vulgarizar.
Ou menosprezar tal sentimento,
Mas essa saudade não suporto,
Essa vontade não aguento.

Chega de incertezas,
Ao amor nos entregamos
Não que seja simples,
Mas sempre complicamos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ao Próximo

Ao próximo quero oferecer conforto e carinho
Conforto para esta vida que é tão difícil
Carinho por um pouco de egoísmo
Pois espero poder receber um pouco deste

Ao próximo espero saber amar
Pois sem amor, nada na vida faz sentido
E que eu tenha força para saber fazê-lo
Só os nobres o conseguem

Ao próximo peço o perdão
Perdão pelas minhas atitudes inconsequentes
E de certo modo até mesmo infantis
Sem o perdão não existe redenção

Ao próximo ofereço compreensão
Não podemos tentar entender tudo ao nosso redor
Ao próximo espero ensinar
Ninguém é tão pobre que não tenha algo a oferecer

Ao próximo quero sorrir
A vida não pode ser tão dura a alguém
Para que este não conheça
A beleza que é um sorriso

Ao próximo pretendo abraçar
Pois todos merecem o calor do corpo amigo
Ao próximo dou-lhe minha sinceridade
Pois todos precisam de verdade

Ao próximo procuro a beleza
Todos nós somos feito de luz e treva
Ao próximo ofereço a justiça
Nunca se sabe o dia da caça e do caçador

Ao próximo confio-lhe a lealdade
Pois ninguém merece a dor de uma traição
Ao próximo ofereço prazer
Para me deleitar no seu doce entreter

Ao próximo abro o olhar
Para que este possa julgar
Ao próximo ofereço histórias
Para tentar amenizar o seu penar.

Venha morena, venha comigo.

Chega de chorar,
Ouça bem o que digo,
As coisas vão melhorar,
Arriscar é preciso,
Esqueça-se de tudo
E venha comigo.

Estou indo amor,
Ao encontro do paraíso,
Onde o chão é terra batida,
E a moeda é o sorriso.
Vou-me embora querida,
E quero que você venha comigo.

Agora está tudo certo,
Vem para nós uma nova era,
Segure minha mão
Que a felicidade nos espera.

Veja bem minha amada,
Acredite quando eu digo,
Estou pegando a estrada,
E quero que você venha comigo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dez e Dez com Cinco

As palavras são inúteis
Quando aplicadas para dizer
O que é, como é, o que sentimos,
Por alguém especial
Pois elas não explicam
O que é inexplicável
Por melhor que o poeta seja
Ninguém consegue expressar
Fielmente os sentimentos
Que realmente sentimos

Cada sentimento
O amor, a dor,
A satisfação, a depressão,
É único para cada ser
O que podemos fazer
É escrever poesias como estas,
Com estas miseras palavras,
E se empenhar numa tentativa vã
De transmitir nossas emoções

Porém, todas as poesias,
Todas as gravuras, todas as melodias
Tentam dizer,
De alguma forma existente,
Eu te amo.

Dia-a-dia do Apaixonado

Fecho os olhos
Tua imagem
Límpida e nítida
Invade minha mente

Nos meus sonhos
Tu és o paraíso
Teu sorriso largo
Deixa-me abobalhado

Durante o dia
Perturba meus pensamentos
Fico confuso
E atrapalhado

No telefone
Escuto tua voz
Dizer que me ama
Tuas palavras me deixam extasiado

No jantar
Já na tua presença
Sinto-me confortado
E com tal beleza, admirado

No momento da despedida
A pior hora
Um sacrifício para mim
Ver-te ir embora

Na hora de dormir
Relembro de cada palavra, gesto, olhar
A uma conclusão eu chego
Que a cada dia lhe amo mais

Fecho os olhos (...)

sábado, 19 de setembro de 2009

Doces deletérios.

Vi você, linda em sua perfeição. Só queria estar ao seu lado, sua companhia me bastava para sorrir. Esqueci de tudo, meu mundo era você. Tanto, te sufoquei. Sufoquei com minha insistência, insistência em melhorar a perfeição.
Logo percebi, o amor é botão de flor, não posso forçar o seu desabrochar. E eu não podia forçar um sonho acontecer.
Me afastei, você não viu.
Me acostumei, e você percebeu.
Me mostrei, não via mais sentido em tentar lhe agradar.
Então, te vi.
Busquei novos ares. Criei asas, e me libertei de ti.
Lhe fiz falta.
A mim, restaram só lembranças.
Você queria algo novo. Eu não.
A solidão não me parecia tão ruim, não mais.

Os dias que eu me vejo só,
são dias que me encontro mais.
E mesmo assim, eu sei também,
existe alguém pra me libertar ♪

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Charlie Brown.


- O que é amor pra você, 'Char' ?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul
- Mas o que isso tem a ver com amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir.
...acho que isso é amor. (:

O Palhaço do Circo Sem Futuro



"Tudo começou quando o filho morria de vergonha porque o pai era palhaço de um circo sem futuro. E ele cresceu sem dizer onde é que o pai trabalhava pros amigos, muito envergonhado, cresceu com a vida muito amargurada, se formou em outra coisa. E um certo dia recebe a noticia que o pai tá no leito de morte, ele corre lá, entra no quarto, tira a gravata, tira o paletó, se ajoelha e diz:

- Pai, me ensina a ser palhaço...

- Pai, me ensina a ser palhaço...

- Pai, me ensina a ser palhaço!

- ISSO NÂO SE ENSINA, SEU BOSTA!"

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A felicidade é como a pluma


Você que inventou a tristeza
ora, tenha a fineza
de desinventar.”

Acordou com sono, sem vontade de acordar, se pudesse permaneceria na cama até o meio-dia, mas iria enfrentar um dia difícil, cheio de compromissos. Era uma quarta-feira e já não via a hora que o fim de semana chegasse. Saiu da cama na pontinha dos pés para não acordar sua parceira, ela não gostava que a acordassem e por isso nem a luz podia acender. No meio da escuridão foi até o banheiro, se olhou no espelho, deu um sorriso de satisfação, não precisaria fazer a barba hoje, isso aguentaria mais um dia. Tomou um banho rápido, trocou-se, mas assim mesmo estava atrasado, não daria nem para tomar o café preto que tanto gostava.
Saiu apressado, com a cara fechada, muito mal-humorado. Pegou um ônibus lotado, parecia que o motorista demorava só para irrita-lo, tinha impressão de que fosse andando chegaria mais rápido.
Entrou na sala atrasado, mas ainda a tempo de assistir a primeira aula. Não cumprimentou ninguém, não distribuiu nenhum sorriso, foi direto para seu lugar. Não estava com vontade de assistir aula, o professor falava, só que ele não conseguia, involuntariamente ou voluntariamente, prestar atenção, só enxergava os movimentos de sua boca. Estava agoniado, sentia um aperto no peito, não aguentou e chorou. Um choro silencioso, amargo, sincero. Ninguém reparou na sua angustia. Depois de enxugar suas lágrimas, parecia que havia se livrado de algo, uma vontade de recomeçar.
Num intervalo entre uma aula e outra aula, foi dar uma volta pelo prédio da escola, nos corredores vários colegas o vieram cumprimentar, isso fez com que se sentisse melhor, bebeu água e continuou sua caminhada. Quantas pessoas o conheciam! Quantas pessoas o admiravam! Não havia motivos para choro, para angústias, não valia a pena, e ele percebeu isso.
Voltou para sala irradiante, dava para se notar que algo tinha mudado; que tinha acontecido alguma coisa, todos o perguntavam o que foi, parte porque tinham inveja da felicidade do moço, parte porque era sua amiga e também fora contagiada com a alegria dele.
Levou consigo essa felicidade o dia inteiro, procurava sempre o lado bom das coisas, até mesmo das coisas desagradáveis. Quando chegou em casa, já a noite, sua parceira nota sua felicidade e eles aproveitam ela juntos. Só que no dia seguinte ele já não lembrava mais da lição aprendida no dia anterior, teria que aprender tudo novamente.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim.”

Covarde.

Eu, ali, parado de frente a ela, admirando seu lindo rosto e suas mãos delicadas. Paro pra pensar se admirável beleza está indo para o mesmo lugar que eu. Começo a pensar como deve ser sua vida, com que tipo de pessoas anda, que bandas escuta, os livros que lê, os filmes... Quando, uma voz corta meus pensamentos, como se estivesse me voltando os sentidos, pergunto:
- Oi?
Era ela, meu coração bate forte e minha face fica avermelhada...
- Quer que eu segure sua bolsa?
- Não precisa, muito obrigado.
E dou um sorriso sem graça, que disfarça minha timidez.
Foi quase como um instinto a minha resposta, tive vontade de voltar atrás e dizer "pensando bem, segure minha bolsa, por favor. Muito obrigado"
Me vejo ali, de pé, ao seu lado, me achando um nada. "era só lhe dar a bolsa".
Começo a rir de mim, da minha timidez e da cena.
Vejo um lugar no fundo. A olho mais uma vez, agora está passando a mão sobre os cabelos. E vou me sentar.
Passo a viagem toda pensando as diversas maneiras de como poderia ter respondido, como poderia ter puxado um assunto. A olho lá do fundo, reparo que tem o mesmo All Star branco, o dela limpo, realmente branco, como se tivessem o lavado recentemente. O meu, apesar de novo, sujo, nem se percebe sua cor original.
Chego ao ponto onde me levanto, ela continua lá.
Lá de fora, a procuro. Em vão, ela se vai.
No restante do caminho, fico pensando como vai ser a próxima vez que a encontrar, se vou ter a chance de falar com ela, se haverá uma próxima vez.
Embora esteja arrependido de não ter puxado um assunto, abro um sorriso. E penso: "eu sou fods". (:

Preocupação

Você não chega
Desmentindo a mentira que chegaria
Pela última conversa que tivemos
Uma pontinha de preocupação surgirá

Mas uma mensagem
Vinda como que do além
Dispersou quase todas minhas suspeitas
Mas agora, esta voltou

E só se dissipará novamente
Quando a ver, e notar como estás
A palavra agora, para nada servirá
"Só acreditarei no que meus olhos verem."

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Desgosto

Fui roubado,
Meus pensamentos.
Meus ideais,
Foram afanados.

Minha alma,
Meu corpo,
Foram possuídos;
Corrompidos.

Minha mente,
Foi destruída.
Meu coração,
Está partido.

A paz,
Não existe mais.
A compaixão,
Foi martirizada.

A luz,
Se extinguiu.
A felicidade,
Emigrou.

O céu,
O mar,
A terra,
Definharam.

A escrita,
A fala,
O tempo,
Foram esquecidos.

A vida,
O universo
E o amor
Acabou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Interprete-o

A Volta




Chego ao ponto de ônibus ainda na esperança de te encontrar, mas acabo me decepcionando. Enquanto espero, olho para todos os lados, te procurando ou me certificando que você não apareceria, estava impaciente, quase voltando a pé. O ônibus chegou e você não apareceu, deve ter pego o de antes, enrolo para entrar, a esperança é a última que morre, porém, a minha já morreu. Você não chegaria, e mesmo que chegasse, o que iria adiantar?
O ônibus está quase vazio. Ótimo, posso escolher um bom lugar. Passo pela catraca e me dirijo para o assento individual, na janela. Olho para fora para ver se te encontro, mas nada.
Já faz algum tempo que parti, observo todas as pessoas, de dentro e de fora do ônibus, os carros que passam apressados. Quando começa a tocar O Vento, do Los Hermanos, no fone de ouvido, uma lágrima escorre pelo meu rosto, não sei ao certo o motivo, de desespero ou de sono, provavelmente de sono. Vejo numa das paradas a despedida com um beijo doce de um jovem casal, ela sobe no ônibus, não consigo olhá-la sem deixar de conter minhas lágrimas, me lembro de você, do Tudo, do Nada.
Está chegando o ponto onde você desce, fico olhando a sua casa, pensando se você já chegou, uma vontade súbita de sair do ônibus e correr até sua casa, mas consigo me conter. No pouco tempo que permaneço no ônibus, meus pensamentos vagueiam e por isso quase perco o ponto de descer.

Apelo

Cativa-me,
Ou deixa-se cativar.

domingo, 13 de setembro de 2009

Across the universe.



60's, a melhor das décadas. The Beatles, a melhor das bandas.


Amou daquela vez como se fosse máquina,
beijou sua mulher como se fosse lógico ♪

sábado, 12 de setembro de 2009

O Infinito

...
Não gostaria de encontrá-lo
Gostaria de buscar seu fim.
Sentar-se a mesa para jantar após um dia cansativo é um remédio para a alma. Ao contrario de muitas pessoas não janto vendo televisão, não tenho nada contra televisão, mas gosto de escutar o silencio enquanto como. Eu, meu prato e o silêncio.
Demoro para mastigar. Entre uma garfada e outra um pensamento invade minha mente. A comida estava fria quando termino a refeição, permaneço a mesa, olhando fixo para algum ponto, que não me lembro agora qual é. Pareço hipnotizado pelo tal ponto.
Finalmente me levanto, caminho até a pia e lavo meu prato, gosto de fazer bastante espuma quando lavo a louça, sempre pensativo.
Já está tarde para um homem que acorda cedo, vou até o quarto e troco minha roupa pelo pijama bem leve. Escovo meus dentes e deparo com minha imagem no espelho, olho no fundo dos meus olhos, me encaro. Como se meu corpo despertasse de um transe, desvio o olhar e vou em direção a cama. Deito-me, pego o óculos e o livro que estão no criado mudo. Começo a ler o livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.
Já cansado, marco a página do livro, tiro o óculos. Não querendo pensar na reflexão que o livro traz, mudo o rumo dos meus pensamentos. Continuo a pensar só que agora de olhos fechados. Não sei em que momento precisamente adormeço, só que ao invés de parar de pensar, continuo pensando no que nunca paro de pensar.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mesa de Jantar

Informais,
discussões.
Risos e sorrisos,
lágrimas e lastimas.
Dia-a-dia,
a grama que cresce no jardim.
Dogmas,
diversas,
opiniões,
sexo,
raça,
idade.
Todos iguais,
em círculo,
ao redor dos pratos ainda sujos.
Temos todo tempo.
Não temos pressa.
O tempo é interminável.
então,
puxe uma cadeira e sente-se a vontade.


"Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver,
e tira
o som dessa TV
pra gente conversar.
Diz pro Bamba usar o violão,
pede pro Tico me esperar,
e avisa que eu só vou chegar
no último
vagão ♪"