domingo, 7 de fevereiro de 2010

O bêbado decadente

Frente ao bar
Rente ao inferno
Doente a alma
Sente que é só
Mente que é
Indiferente aos outros
Igualmente triste
Ausente se esconde
Carente de estima
Resiste a sua sina
Nadando contra'corrente
Enquanto surge
O nascente continua
Vigente na sargeta
É um delinquente
Gente não é mais
Todos sabem
É só mais um
Bêbado decadente
Levanta tropegamente
Escorando na mureta
Um passo a frente
Dois pra trás
Mal enxergando os seus
Movimentos indecentes
De um homem
Agora em paz
Continua de bar em bar
Sua caminhada tenaz
Busca uma companhia
Num passado
Um homem decente
Hoje transviado
Um bêbado decadente
Divergente ao sucesso
Um ser deprimente
Imerso nos copos
Viu alguém
Que não conhecia
Falando alto
É pura valentia
Mas aos poucos
O encanto se desfazia
E o coitado
Aos poucos
Aparecia
Nas ruas
O movimento cresce
E andando vagamente
O coitado permanece
Um homem sempre
Desprezado
Vive a surdina
Ele é assim
Porque o quis
E deu no que deu
Um bêbado decadente
Perdido finalmente
Consegue encontrar
O lugar onde vai descansar
Tomba
A caneca
Para descansar eternamente
Naquela mesa
Até o fim de tarde
Quando começará novamente
A beber
A se iludir
A se esquecer.

2 comentários: