segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Volta




Chego ao ponto de ônibus ainda na esperança de te encontrar, mas acabo me decepcionando. Enquanto espero, olho para todos os lados, te procurando ou me certificando que você não apareceria, estava impaciente, quase voltando a pé. O ônibus chegou e você não apareceu, deve ter pego o de antes, enrolo para entrar, a esperança é a última que morre, porém, a minha já morreu. Você não chegaria, e mesmo que chegasse, o que iria adiantar?
O ônibus está quase vazio. Ótimo, posso escolher um bom lugar. Passo pela catraca e me dirijo para o assento individual, na janela. Olho para fora para ver se te encontro, mas nada.
Já faz algum tempo que parti, observo todas as pessoas, de dentro e de fora do ônibus, os carros que passam apressados. Quando começa a tocar O Vento, do Los Hermanos, no fone de ouvido, uma lágrima escorre pelo meu rosto, não sei ao certo o motivo, de desespero ou de sono, provavelmente de sono. Vejo numa das paradas a despedida com um beijo doce de um jovem casal, ela sobe no ônibus, não consigo olhá-la sem deixar de conter minhas lágrimas, me lembro de você, do Tudo, do Nada.
Está chegando o ponto onde você desce, fico olhando a sua casa, pensando se você já chegou, uma vontade súbita de sair do ônibus e correr até sua casa, mas consigo me conter. No pouco tempo que permaneço no ônibus, meus pensamentos vagueiam e por isso quase perco o ponto de descer.

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