sábado, 12 de setembro de 2009

Sentar-se a mesa para jantar após um dia cansativo é um remédio para a alma. Ao contrario de muitas pessoas não janto vendo televisão, não tenho nada contra televisão, mas gosto de escutar o silencio enquanto como. Eu, meu prato e o silêncio.
Demoro para mastigar. Entre uma garfada e outra um pensamento invade minha mente. A comida estava fria quando termino a refeição, permaneço a mesa, olhando fixo para algum ponto, que não me lembro agora qual é. Pareço hipnotizado pelo tal ponto.
Finalmente me levanto, caminho até a pia e lavo meu prato, gosto de fazer bastante espuma quando lavo a louça, sempre pensativo.
Já está tarde para um homem que acorda cedo, vou até o quarto e troco minha roupa pelo pijama bem leve. Escovo meus dentes e deparo com minha imagem no espelho, olho no fundo dos meus olhos, me encaro. Como se meu corpo despertasse de um transe, desvio o olhar e vou em direção a cama. Deito-me, pego o óculos e o livro que estão no criado mudo. Começo a ler o livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano.
Já cansado, marco a página do livro, tiro o óculos. Não querendo pensar na reflexão que o livro traz, mudo o rumo dos meus pensamentos. Continuo a pensar só que agora de olhos fechados. Não sei em que momento precisamente adormeço, só que ao invés de parar de pensar, continuo pensando no que nunca paro de pensar.

2 comentários:

  1. Lindo meu querido amigo Arthur.
    Fico orgulhosa em ver um jovem com tal consciência do corpo e da alma, aliás um jovem com alma antiga e cheia de sabedoria.
    Parabéns !
    Não se perca pelo caminho, lembre-se sempre que :
    " Há flores sobre as pedras. "
    Um beijo no coração.

    Erika Mel (MorganaDasFadas)

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  2. As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano é um livro e tanto.

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